MP-RJ e polícia realizam operação contra desvio de dinheiro na saúde pública

Os agentes visam cumprir 25 mandados de busca e apreensão nas sedes de empresas e em endereços de 10 suspeitos.

Duas pessoas foram presas pela Polícia Civil e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) , na manhã desta quarta-feira (6), em operação contra desvio de dinheiro público. Ao todo, os agentes visam cumprir 25 mandados de busca e apreensão nas sedes de empresas e em endereços de 10 suspeitos.

Eduardo Cruz e Simone Cruz foram detidos numa casa de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. Eles são casados e sócios da Cryopraxis, empresa de biotecnologia que recolhe e armazena células-tronco do cordão umbilical de recém-nascidos. Eduardo ainda é conselheiro da Fundação Bio-Rio, que ampara pequenas empresas de biotecnologia e funciona na Ilha do Fundão.

De acordo com a investigação, a Bio-Rio teria feito convênio com a Secretaria de Saúde da Prefeitura do Rio entre 2015 e 2016 para a realização de cursos de pós-graduação para médicos da secretaria. Ao todo, a prefeitura repassou mais de R$ 80 milhões, dos quais R$ 6 milhões foram para cobrir uma taxa de administração.

No entanto, esse tipo de convênio não permite tais taxas. De acordo com os investigadores, apesar de esse convênio ter sido feito entre a Bio Rio e a prefeitura, tanto Simone quanto Eduardo usavam o e-mail da Cryopraxis para negociá-las. A polícia informou não haver suspeitas sobre os serviços de células-tronco.

De acordo com o MP-RJ, Simone e Luiz Eduardo integravam o primeiro escalão da engrenagem criminosa, responsável por decidir sobre a montagem, permanência e rumos do esquema. Cabia a eles, ao lado de outros dois denunciados, a definição de como aconteceriam os desvios de verba pública, reuniões com os demais membros da organização criminosa e definição dos percentuais e valores desviados dos convênios. “Em resumo, tinham o poder de criação, gerência e manutenção dos crimes e, consequentemente, o domínio final dos delitos praticados pela malta”, descreve a denúncia do Ministério Público.

Os mandados contra o casal são de prisão preventiva. A suspeita é de peculato e organização criminosa.

Operação cumpriu mandado de busca e apreensão

Na semana passada, agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços de ex-presidentes, diretores, administradores e funcionários da Fundação Bio-Rio, do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) e de outras empresas vinculadas à fundação.

De acordo com as investigações, a Prefeitura do Rio firmou, entre 2014 e 2015, seis contratos para a gestão de programas de capacitação de médicos em unidades hospitalares, por meio de cursos de pós-graduação no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Para a realização do trabalho, não havia nenhuma previsão de lucros ou receitas para a Bio-Rio.

Os seis contratos somados totalizavam R$ 188,7 milhões. Para a Bio-Rio, foram repassados efetivamente R$ 87,1 milhões. De acordo com as investigações, mais de R$ 6 milhões desse montante foram desviados ao longo de dois anos de execução dos contratos.

Fonte: G1

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