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Justiça Federal decreta prisão preventiva de Picciani, Albertassi e Paulo Melo

Parlamentares são investigados na operação ‘Cadeia Velha’, desdobramento da Lava Jato.

O 2º Tribunal Regional Federal (TRF-2) decretou, por unanimidade, a prisão preventiva do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani, e dos deputados do Edson Albertassi e Paulo Melo. A decisão foi aprovada durante uma votação, por 5 a 0, na tarde desta quinta-feira.

Os parlamentares são investigados na operação ‘Cadeia Velha’, um desdobramento da Lava Jato. Agora, processo será enviado para aprovação na Alerj. Após a votação, os desembargadores determinaram a expedição imediata dos mandados de prisão.

Para o desembargador federal Messod Azulay Neto, há “uma verdadeira organização criminosa constituída no parlamento”. “Os parlamentares trabalhavam para fabricar legislação para o setor de transporte à base de pagamentos. Tudo isso em prejuízo do estado, da saúde, da segurança pública. Isso faz com que as pessoas não consigam sair de casa. E o dinheiro vai para o bolso deles. Agora, a história que julgue a Assembléia Legislativa e o povo faça o que tiver que fazer”, disse Neto.

A procuradora-regional da República, Silvana Patini, foi taxativa quanto à possibilidade da Alerj rever a prisão preventiva. ” A Alerj pode até derrubar a prisão, mas tem que manter o afastamento dos deputados. Caso isso não aconteça, a PRR vai recorrer novamente. É uma decisão histórica para enfrentar o crime organizado”, pontuou Silvana.

Picciani é acusado de blindar ações contra o governo do estado na Alerj

Picciani é apontado como o responsável por ‘blindar’ todas as ações contrárias ao governo estadual na Casa, além de barras a instalação de CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito), conforme denúncia do Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com o MPF, no telefone de Picciani, apreendido durante a operação Quinto do Ouro, em março, foram encontrados diversos registros de mensagens trocadas com outros parlamentares. Entre as conversas, uma com o deputado Gustavo Tutuca, onde o presidente da Alerj dá o aval para instalação da CPI da Uerj, mas “orienta o interlocutor a limitar o objeto da investigação, de modo a não atingir o governo: ‘tem que ser em cima da folha senão vira contra o governo que não passa no custeio'”.

Em nota, o deputado Tutuca esclarece que, desde o início, o intuito da criação da CPI era identificar discrepâncias nas folhas de pagamento. Na conversa, ele consultou Picciani para saber se o momento era adequado para dar sequência à CPI.

Ainda segundo a denúncia, “o consistente diálogo, tido em março de 2017, após a prisão de Sérgio Cabral, não só confirmou o poder de Picciani junto a seus pares, como reafirmou a estratégia de blindagem do governo, deixando claro que a rejeição da CPI sobre o esquema da Fetranspor teve influência direta do atual presidente da Alerj”. O DIA não conseguiu contato com a assessoria de Picciani, mas à TV Globo, ele alegou que a “CPI não foi instalada e que nenhuma medida beneficiando as empresas de ônibus foi aprovada, o que demonstra, que a Alerj é uma casa plural, não submetida a nenhum tipo de autocracia”.

Picciani levou propina de R$ 58 milhões, afirma PF

O MP apontou propina de R$ 58,58 milhões ao presidente da Alerj entre 15 de julho de 2010 e 14 de julho de 2015. Deste montante, o peemedebista identificado como “Platina” ou “Satélite” levou R$ 49,96 milhões a mando da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) e R$ 8,62 milhões a mando do ex-governador do Estado Sérgio Cabral (PMDB).

Jorge Picciani foi levado a depor na Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato, nesta terça-feira. Seu filho Felipe Picciani foi preso pela Polícia Federal. Ele é irmão de Leonardo Picciani, ministro dos Esportes do Governo Michel Temer (PMDB).

O operador financeiro e delator da Lava Jato Álvaro Novis relatou que “os pagamentos efetuados a mando da Fetranspor para Picciani iniciaram na década de 90 e perduraram até a véspera da Operação Xepa da Lava Jato, em 2016, mas que só possuía parte das planilhas de pagamentos feitos a Jorge Picciani”.


Fonte: Jornal O Dia 

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