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Cristóvão Colombo corre risco de sumir do calendário nos EUA

Cidades querem abolir nome do feriado do colonizador para homenagear colonizados.

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O Columbus Day (ou Dia de Colombo, em celebração ao Descobrimento da América) pode estar com os dias contados nos Estados Unidos. Comemorado em países de língua espanhola e em território americano, a data lembra o grande feito de Cristóvão Colombo e é celebrada com um feriado no dia 12 de outubro. Mas os tempos são outros. Alguns estados dos EUA estão reivindicando uma mudança no calendário, ao menos no nome da data a ser festejada. Sai o colonizador Cristóvão Colombo e entram os colonizados. Em vez de Columbus Day, os americanos comemorariam o Indigenous Peoples Day (Dia dos Povos Indígenas Americanos, numa espécie de homenagem à memória das vítimas do colonialismo e para que o genocídio de povos autóctones no continente americano não seja esquecido). Em agosto passado, Los Angeles foi a primeira grande cidade dos EUA a abolir o Columbus Day e a adotar o novo nome para o feriado. Na quinta-feira, Austin seguiu o caminho que já havia sido aberto por São Francisco, Seattle e Denver.

Mas a decisão de tirar o nome do italiano Cristóvão Colombo da folhinha tem provocado polêmica nos Estados Unidos e a ira de imigrantes italianos que vivem no país. Para eles, os governos locais estão sendo insensíveis ao apagar o nome do feriado que eles têm como referência para celebrar sua herança cultural.

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— Passamos por tempos difíceis neste país por mais de cem anos — disse Basil Russo, presidente da Order Italian Sons and Daughters of America (Ordem Italiana dos Filhos e Filhas da América), à AP. — O Columbus Day é o dia que escolhemos para celebrar quem somos. E temos o direito de fazê-lo, assim como eles têm o direito de comemorar quem são.

Para Cliff Matias, ativista indígena e diretor do Redhawk Native American Arts Council, a proposta não é desonrar os imigrantes italianos.

— É uma questão em torno de Cristóvão Colombo — afirmou ele, que está organizando um evento em Nova York para discutir o assunto. — Se eles querem exaltar Colombo, nós temos o direito de homenagear os que sobreviveram a ele.

A controvérsia em torno do legado de Colombo não é nova, mas ganhou fôlego depois que o debate sobre questões raciais e a remoção de monumentos em homenagem a líderes confederados tomou os EUA. No mês passado, em Nova York, onde 35 mil pessoas são esperadas numa marcha no próximo Columbus Day, na quinta-feira, vândalos pintaram de vermelho as mãos de uma estátua de Colombo e escreveram: “Sem tolerância para o ódio.”

Derrubadas de estátuas famosas que marcaram o mundo

Saddam Hussein

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No dia 9 de abril de 2003, durante a invasão do Iraque por tropas dos Estados Unidos, soldados norte-americanos derrubaram uma estátua de 12 metros de Saddam Hussein, que ficava numa praça em Bagdá. As imagens correram o mundo, simbolizando a queda de Saddam. O ditador acabou enforcado três anos depois.

Vladimir Lênin

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Com o fim do regime soviético, a imagem de um de seus mentores, Vladimir Lênin, foi removida das ex-repúblicas e também de Berlim. Em confronto aberto com os russos, a Ucrânia obrigou a retirada de todas as restantes. A maior estátua de Lênin na atualidade foi derrubada na cidade de Kharkiv, em setembro de 2014.

Muamar Kadafi

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A estátua símbolo do poder do ditador líbio, foi pichada e danificada por rebeldes que invadiram o complexo de Bab al-Aziziya, em Trípoli — cenário do primeiro discurso de Kadafi após os protestos que deram início à Primavera Árabe, em 2011.

Hugo Chávez

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Em maio de 2017, manifestantes arrancaram e destruíram uma estátua do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez em protesto contra a convocação da nova Assembleia Constituinte do governo de Nicolás Maduro. Maduro vem sendo alvo de protestos da opositores que o acusam de levar a Venezuela rumo a uma ditadura.

Francisco Franco

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Em dezembro de 2008, a Espanha derrubou a última estátua do ditador Francisco Franco montado a cavalo, em Santander. A retirada foi consequência da aprovação da lei de Memória Histórica, que estabelece ainda a retirada dos símbolos franquistas dos espaços públicos. Resta ainda uma estátua sua (no enclave de Melilla).

Cecil Rhodes

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Após protestos dos estudantes, a Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, removeu uma estátua do imperialista britânico Cecil Rhodes, em 9 de abril de 2015. Sob os aplausos dos universitários, a derrubada foi um gesto simbólico que expôs a divisão racial persistente no país duas décadas após o fim do apartheid.

REDEFonte: Jornal O Globo

 

 

 

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