População se organiza nas redes sociais para caminhada e manifestações contrária a medida do governo.
Semana começa na cidade com susto de aumento no IPTU, que poderá custar muito caro no bolso do contribuinte. O anúncio de aumento aconteceu quando da liberação dos carnês.
E qual não foi a surpresa do pessoal ao perceber que o valor venal dos imóveis foi reajustado — e o imposto devido foi parar nas alturas do Pico Dedo de Deus, atração turística do município.
Quem foi à sede da prefeitura retirar o carnê ouviu muitas reclamações. Que também pipocaram no Facebook: alguns relatos falam em aumentos de mais de 500%.
Em sua página oficial na rede social, a prefeitura disse que o cálculo faz parte de uma lei municipal de 2002, cujo cumprimento vinha sendo cobrado pelo Tribunal de Contas.
Mas o argumento não foi lá muito bem recebido: já circulam conversas sobre uma ação coletiva contra o aumento.
Até mesmo a Câmara Municipal solicitou à Secretaria Municipal de Fazenda esclarecimentos sobre os critérios utilizados no reajuste.
Segundo o presidente do Legislativo municipal, Halter Pitter, todas as análises de cálculos serão refeitas e a casa de leis está mobilizada em torno do assunto. “Através de ofícios enviados ao poder executivo, aguardamos um posicionamento para ingressarmos com medidas que encontre um ponto de equilíbrio na arrecadação municipal, sem prejuízos a população.”
Em nota, a prefeitura explicou que o IPTU só chegou agora, no meio do ano, porque teve que atualizar a base de dados do município, que estava “insipiente e cheia de inconsistências, devido a anos de erros acumulados”.
“Não houve nenhum aumento. Simplesmente os cálculos de IPTU no passado não seguiam nenhuma regra. Encontramos mais de 400 inscrições com valores venais zerados. Na verdade, os imóveis estavam com os valores subdimensionados. Por isso, estamos corrigindo uma distorção de 15 anos. Podemos exemplificar dois casos: um terreno de 84 mil metros quadrados só pagava R$ 20 (vinte reais) por ano de IPTU; uma casa de luxo com piscina cujo imposto anual era de R$ 180 (cento e oitenta reais). Essas distorções serão cobradas retroativamente”, diz a administração de Zelito Tringuelê (PDT).
O texto ainda lembra que o pagamento em cota única até 10 de agosto dá um desconto de 15%, e de 10% para quem pagar até 10 de setembro.
Enquanto nada acontece, a população já se organiza nas redes sociais e convocam os munícipes a comparecer em hora e local pré determinados para manifestação contra o ato do executivo.