“É espantoso o número de fuzis apreendidos. Isso mostra a facilidade com que circulam no país e entram aqui no Rio”, diz porta-voz da Polícia Militar.
A Polícia Militar apreendeu 32 fuzis, quatro pistolas e 11 granadas durante a operação na Cidade Alta, em Cordovil, na Zona Norte do Rio. Na ação, 45 pessoas foram detidas suspeitas de participação na guerra entre facções para tomar o controle do tráfico na região. O número de armas de grosso calibre impressionou o porta-voz da corporação, major Ivan Blaz.
“É espantoso o número de fuzis apreendidos. Isso mostra a facilidade com que eles circulam no país e entram aqui no Rio de Janeiro. Não é atribuição da Polícia Militar fazer o controle dessa circulação e nem coibir a entrada no estado”, disse Blaz.
Três policiais militares ficaram feridos por estilhaços na Favela Kelson’s, na Penha, e três suspeitos foram baleados na Cidade Alta, sendo levados para o Hospital Getúlio Vargas, também na Penha.
A Polícia Militar fez as operações através do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), do 16°BPM (Olaria) e do 22°BPM (Maré), que estiveram na região da Cidade Alta. Em Parada de Lucas, policiais do Batalhão de Ações com Cães (BAC) participaram da ação e dois dos fuzis apreendidos foram encontrados na comunidade.
Ação orquestrada pelo Comando Vermelho
O porta-voz da PM, major Ivan Blaz, disse que a ordem de queimar veículos na Avenida Brasil, rodovia Washington Luiz e em vias próximas partiu de traficantes das favelas Nova Holanda, na Maré, da Kelson’s, na Penha, e do Parque das Missões, em Caxias. Pelo menos oito ônibus e dois caminhões foram incendiados.
Os incêndios foram em represália à operação ocorrida na Cidade Alta, após a tentativa de invasão do Comando Vermelho à favela, hoje controlada pela facção Amigo dos Amigos (ADA). Não se sabe se os criminosos obtiveram êxito em tomar a comunidade, vista como estratégica pelos traficantes.
“Essa guerra pela Cidade Alta ocorre porque ela está num ponto estratégico, perto de rodovias, vias expressas e de fácil acesso a outras comunidades da Zona Norte”, disse Blaz.
Nas redes sociais, quem mora região relatou o tiroteio na favela, que tem sido palco de intensas guerras entre facções. “Terceira guerra mundial está acontecendo na Cidade Alta”, escreveu um morador.
Esta é pelo menos a quarta guerra de facções ocorrida na Cidade Alta nos últimos seis meses, com cinco pessoas mortas, entre elas dois moradores da comunidade e que não tinhanm envolvimento com o crime. Pelo menos outras quatro pessoas ficaram feridas a tiros, três fuzis foram apreendidos e seis pessoas presas.
Em fevereiro, o apelo dos moradores também era pela paz e tranquilidade na favela. “Jesus Cristo!! Quase duas horas de confronto. O que será de nós Senhor. Tenha misericórdia”, escreveu uma moradora. “Nós só queremos paz na nossa comunidade”, pediu uma jovem.
“São mais de duas horas de tiroteio, isso é inadmissível, estamos na beira da Avenida Brasil”, desabafou na época um morador que preferiu não se identificar, revelando que passou grande parte da manhã debaixo da cama por causa dos tiros.