PM do RJ apura extravio de 2,5 mil munições do Palácio Guanabara

Corregedor aponta 457 armas sumidas e outros 160 casos em apuração.

palacio-guanabara

Um relatório apresentado pelo corregedor da Polícia Militar, Victor Yunes, na audiência da CPI das Armas na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), revelou que 2,5 mil munições foram roubadas da Companhia Independente da Polícia de Militar, vinculada à Casa Civil, dentro do Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado. O desaparecimento das armas foi descoberto dia 9 de setembro e comunicado pelo comandante da companhia ao corregedor da PM.

Na audiência, o coronel citou que há indícios de que cerca de 160 armas foram extraviadas entre 2012 e 2015 – dado que ainda é investigado. A estas, somam-se outras 457 armas extraviadas até 2012, ano em que foi instaurado Inquérito Policial Militar que investiga cerca de 50 policiais pelos desvios de armamento.

“Existe um inquérito mãe, pelo qual 50 pessoas foram investigadas ou punidas. Estamos com outras investigações para apurar o conluio dessas pessoas já citadas”, afirmou Yunes.

De acordo com o corregedor, o monitoramento de armas extraviadas precisa melhorar no Estado. “Melhoramos com a informatização em alguns pontos, mas ainda tem muitas coisas realizadas manualmente”, afirmou.

Em nota, a PM informou que “para cada suspeita de extravio desse conjunto de armas houve a devida instauração de procedimento apuratório (em alguns casos foi concluído que houve erro de controle interno)” (veja a íntegra da nota no fim da reportagem).

Sumiço em segurança privada
Segundo o deputado Carlos Minc, presidente da comissão, ainda há dados da Polícia Federal que indicam extravio de empresas privadas de segurança. De acordo com relatório entregue à CPI, foram 322 coletes, 854 armas e 8053 munições de empresas privadas de segurança roubadas ou extraviadas entre 2011 e 2015.

“Seguramente, a maior parte dessas armas foi parar na mão do tráfico ou da milícia”, lamentou o deputado.

Beltrame
Pela manhã, durante a homenagem aos 20 anos de atuação do Disque-Denúncia, também foi lançada uma campanha pelo desarmamento e combate ao contrabando de armas. Questionado sobre a investigação da Corregedoria, Beltrame afirmou que os inquéritos instaurados estão sendo analisados e que os responsáveis por esses desvios serão descobertos.

“A gente sempre tinha algum tipo de denúncia e elas começaram a ser analisadas em 2011 e 2012, mas de uma maneira muito esparsa e, quando esse comando assumiu há praticamente um ano, nós juntamos esse inquérito e vamos chegar aos responsáveis por esses desvios e acho que mais uma vez damos uma resposta com relação ao desvio de armas da polícia que talvez mais uma vez nunca tenha sido dada”.

Ao longo desses anos, o Disque-Denúncia recebeu mais de dois milhões de denúncias e, para o secretário, a participação da sociedade nessa iniciativa é fundamental para os resultados positivos na segurança pública.

“O Disque-Denúncia faz uma campanha fantástica sobre desarmamento, especialmente sobre fuzil, que é o equipamento que eu chamo de número um do Rio de Janeiro. Isso é fruto de uma história e de uma contribuição essencial para o Rio de Janeiro que, talvez hoje, o Rio não consiga obter os resultados positivos em segurança talvez sem a contribuição do Disque-Denúncia”, completou Beltrame.

Veja a íntegra da nota da PM:
“A Polícia Militar esclarece que durante depoimento à CPI das Armas, na tarde desta quinta-feira (22/10), o corregedor coronel Victor Yunes entregou aos parlamentares um relatório que trata da suspeita de extravio de armas e munições da corporação desde 1993, totalizando 457 armas. Para cada suspeita de extravio desse conjunto de armas houve a devida instauração de procedimento apuratório (em alguns casos foi concluído que houve erro de controle interno).

Em 2012 a Corregedoria Interna da PM instaurou um inquérito (IPM) para verificar se houve relação entre os casos de suspeita de extravio dessas armas, ou seja, se o mesmo policial pode ter envolvimento em mais de um caso.

Em relação às 2,5 mil munições com suspeita de extravio do paiol da 1ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) há um inquérito instaurado pela unidade, em setembro deste ano, a fim de apurar o fato, ou seja, se houve falha administrativa (consumo da munição não lançado corretamente durante as instruções) ou se de fato houve extravio. Este IPM está em andamento.”

MGT
Fonte: G1

Além disso, verifique

CÂMARA DE VEREADORES CRIA COMISSÃO ESPECIAL PARA DISCUTIR INFESTAÇÃO DE BORRACHUDOS NO RIO

Moradores relatam coceiras, alergias e prejuízos econômicos; especialistas apontam desequilíbrio ambiental e defendem ações intersetoriais. …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *