Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Cargas e Passageiros de Teresópolis e Guapimirim afirmou que vai recorrer ao Ministério Público.
A possibilidade do fim da função de cobrador nos ônibus municipais de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, está gerando polêmica no município. Na última quinta-feira (30), os 12 vereadores aprovaram, em primeira votação, uma emenda de autoria do vereador Dedê da Barra (PMDB) que prevê coletivos circulando sem cobradores, apenas com motoristas.
A mudança é proposta para o artigo 136 da Lei Orgânica. Segundo a assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores, a segunda votação deve acontecer na terça ou quinta-feira da próxima semana.
Após a grande repercussão da primeira votação, o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Cargas e Passageiros de Teresópolis e Guapimirim afirmou que vai recorrer ao Ministério Público. “Nosso advogado deve enviar o documento para eu assinar hoje (4) e vamos tentar reverter essa situação”, afirmou o presidente José Maria Mota.
De acordo com José Maria, cerca de 200 cobradores ficariam desempregados. “Cada cobrador ganha R$ 1.600, por mês. Imagina quantas famílias sairiam perdendo? Teresópolis já é uma cidade parada, sem emprego. Há anos deixou de ser ativa e isso deixa a gente em uma situação muito difícil”, afirmou.
Apesar da preocupação, as duas empresas de transporte coletivo que atuam no município afirmaram que não irão demitir os cobradores. “As viações Dedo de Deus e Primeiro de Março não pactuam com o desemprego. Aos nossos cobradores, que contribuem com a qualidade do nosso serviço, são oferecidas oportunidades de crescimento dentro do nosso sistema”, disse trecho da nota enviada à imprensa.
As empresas afirmam ainda que oferecem aos cobradores oportunidades de crescimento e de participarem de aulas de formação de motoristas. “Acreditamos ser uma boa maneira de inserir mais trabalhadores qualificados no mercado de trabalho”, informou as viações.
No entanto, José Maria considera a extinção da função um desrespeito com a população. “O cobrador é um porta-voz do motorista dentro do ônibus. É para o cobrador que as pessoas pedem uma informação. Eles (vereadores) viraram as costas para o povo”, desabafou, afirmando que a demissão “pode não acontecer agora, mas depois eles (empresas) irão demitir”.
Caso a emenda proposta pelo vereador Dedê da Barra seja aprovada, em segunda votação, as empresas têm até 15 dias após a publicação em Diário Oficial para se adequarem à nova regra.