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Sobrevivente de chacina que matou família de PM é levado para depor

Ele era pai das crianças mortas e depôs na condição de testemunha.

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Um homem que sobreviveu à chacina na qual foram mortos quatro parentes de um policial militar, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, seguiu para prestar depoimento. Ele será ouvido na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que investiga o crime. O homem andava com dificuldade ao sair da casa na Rua Bom Jardim, no bairro Parque Tietê, onde ocorreram os assassinatos. Ele contou a PMs do 21º BPM (São João de Meriti) que estavam no local do crime que conseguiu escapar da pessoa que invadiu a residência se trancando no quarto.

A polícia já ouviu também Leonardo Gomes Gregório, de 29 anos. Ele era pai das crianças mortas e depôs na condição de testemunha. Sua participação no crime, a princípio, foi descartada pela investigação. Leonardo estaria em casa no momento do crime.

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O rapaz trabalha no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Zona Norte do Rio. Leonardo chegou à DHBF chorando muito. A mãe dele também está na delegacia. Segundo a polícia, Leonardo discutia frequentemente com Marilene.

A polícia já está com objetos usados nas mortes: uma vassoura e uma enxada. Os itens foram apreendidos e serão enviados à perícia.
Pai brigava com vítima por guarda das crianças

O delegado Giniton Lages, titular da DHBF, informou que Leonardo e Marilene José Martins, de 60 anos, uma das vítimas da chacina, brigavam pela guarda das crianças que também foram mortas: Kauane, de 7, e Hester, de 5. A mulher era tia das meninas. Já o rapaz visitara os filhos pela última vez no dia 20 do mês passado.

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– Eles tinham uma audiência pela guarda provisória amanhã. Ela tinha interesse na guarda. Esse rapaz não morava na comunidade (onde ocorreu o crime). Já foi envolvido no tráfico daquela comunidade, mas agora está morando na Ilha (mais especificamente, no Morro do Barbante) – contou o delegado.

Giniton disse ainda que não pode apontar Leonardo como um dos suspeitos do crime. Segundo o policial, a mãe das crianças é viciada em crack, por isso não pode ficar com elas. O Conselho Tutelar, então, deu a guarda provisória à Marilene.

– Nós apuramos a princípio o seguinte: ali onde ocorreu o crime é o Morro do Azul. Há, sim, tráfico de drogas naquele local. Se ventilou logo que a ocorrência chegou que poderia haver envolvimento do tráfico (nas mortes), mas ainda não é possível cravar isso. A casa fica numa localidade que normalmente é trânsito de traficantes – explicou Giniton.

O delegado ainda descartou que a possibilidade de as mortes estarem ligadas ao fato de Marilene ser mãe de um policial militar:

– A Marilene é mãe de um policial militar, sim, mas ele não reside ali há muito tempo. É muito remoto pensar que esse parentesco tenha motivado esse crime. Tudo leva a crer que foi um crime passional, por causa da carga de violência e do modus operandi. A cena nos diz que a carga emotiva presente na cena do crime nos leva a considerar, sim, o crime passional como uma hipótese.

Mulher foi a primeira a morrer

A DHBF já sabe que Marilene foi a primeira a morrer.
– Ela vai abrir a porta, tenta fechar, mas a pessoa avança e a matou a pauladas. O segundo a morrer foi o outro adulto (Fernando José Martins, de 36 anos, irmão do PM). Ele foi morto com uma faca, levada pelo assassino. Chegou a lutar com o assassino, mas foram muitos golpes. Os próximos a morrer, infelizmente, foram as crianças. Elas foram estranguladas com um barbante – relatou Giniton.

Logo após as mortes, o suspeito fugiu. Quanto ao sobrevivente, o delegado acredita que a presença dele não tenha sido notada pelo assassino:

– O depoimento dele é muito importante porque pode ter percebido alguma coisa que possa nos auxiliar a desvendar o que aconteceu.
Segundo o policial, vizinhos das vítimas serão ouvidos para que a polícia possa esclarecer como era o dia a dia da família morta.

PM encontrou parentes mortos

O sargento do 5º BPM (Praça da Harmonia) Cristiano José Martins chegou em casa por volta das 8h desta quarta-feira. Primeiro, ele descobriu dois cachorros da família mortos nos fundos do imóvel. Depois, viu a porta dos fundos aberta. Ao entrar na casa, achou os corpos de sua mãe, Marilene, de seu irmão, e das primas Kauane e Hester.

O local foi isolado para a realização de uma perícia. Ainda de acordo com o 21º BPM, a casa onde ocorreu o crime fica perto do Morro do Azul, que é controlado por uma facção criminosa.

Por volta das 11h20, os corpos das quatro vítimas deixaram a residência e seguiram para o Instituto Médico-Legal (IML) de Duque de Caxias, também na Baixada. Segundo informações preliminares da polícia, Marilene foi morta por asfixia e Fernando levou facadas – os dois têm marcas de pancadas no corpo. As crianças teriam sido espancadas.

Pessoas que moram perto da casa onde ocorreu a tragédia estão revoltadas com o crime. Equipes do 21º BPM, com o apoio do 20º BPM (Mesquita), fazem buscas na região para tentar localizar suspeitos do crime. A DHBF também enviou equipes para as proximidades do local das mortes.

Procurada para comentar as mortes, a assessoria de imprensa da Polícia Militar informou apenas que “essa ocorrência está com DHBF”.

1-1-768x108Fonte: Jornal Extra

 

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