E agora José? Estado Falido não garante segurança da população

Quem pagará a conta da gestão negligenciada pelo poder público?

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Estado falido, Estado falhado ou Estado fracassado são termos políticos que designam um país no qual o governo é ineficaz e não mantém de fato o controle sobre o território, o que resultaria em altas taxas de criminalidade, corrupção extrema, um extenso mercado informal, poder judiciário ineficaz, interferência militar na política, além da presença de grupos armados paramilitares ou organizações terroristas controlando de fato parte ou todo o território.

A política de segurança pública no Rio de Janeiro chegou ao estado máximo de calamidade. Policiais sem salários, sem condições mínimas de logística e aparatos para combate da violência, são algumas das razões que envolvem a condição que operadores da segurança pública se sujeitam para promover a manutenção da ordem da população carioca.

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Especialistas comentaram a saída de José Mariano Beltrame da Secretaria Estadual de Segurança (Seseg), anunciada nesta terça-feira (11). Roberto Sá, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da própria Seseg, assume o cargo na segunda-feira (17), com a missão de diminuir a violência crescente nos últimos anos.

“O capitão está deixando o barco que começa a naufragar. A segurança do Rio de Janeiro está entrando em um período crítico longo, de três a cinco anos no mínimo, podendo se estender a até 10 anos”, disse José Vicente Filho, ex-secretário Nacional de Segurança Pública e atualmente consultor em segurança.

cel-coronel-jose-vicenteJosé Vicente Filho defençor da unificação das polícias civil e militar

A piora, José Vicente Filho, deve ser sentida em vários pontos da cidade.

“Esse período crítico vai bater mais nas áreas mais carentes, na Baixada Fluminense e Região Metropolitana. Mas há vários pontos da capital que estão passando por dificuldades. Houve um avanço do número de homicídios no último ano no Rio de Janeiro, e os indicadores dos crimes de rua aumentaram bastante também. Eles vão se intensificar daqui para frente”, avaliou.

Segundo ele, Beltrame não conseguiu solidificar um planejamento moderno e concretizar o que ele mesmo pensou. De acordo com o especialista, o governo deve assumir a revisão da estratégia de segurança pública.

“Faltou nesse processo todo o que se chama de grande estratégia: qualificar os policiais, melhorar a integração das polícias, melhorar a qualidade dos equipamentos. No final, para poder enfrentar o desafio que ele mesmo se impôs, de criar 40 UPPs, ele criou um problema que não conseguiu resolver”, disse ele.

rommelRommel Cardozo presidente do movimento O Rio Pela Paz

UPP ameaçada
Para Rommel Cardozo, presidente do movimento O Rio Pela Paz a saída do secretário representa uma perda de oportunidade para solucionar o problema da violência. Segundo Cardozo, sem Beltrame o projeto UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) está ameaçado.

“Eu lamento muito pela saída do Beltrame. Ao deixar o governo perde-se uma oportunidade muito grande do projeto UPP seguir. E isso acontece em um momento em que o Estado está falido, sem dinheiro para ampliar o programa, que era bom. É uma pena que ele (Beltrame) saia neste momento. Quem assumir a secretaria tem uma responsabilidade muito grande”, afirmou Rommel Cardozo.

storaniEspecialista em Segurança Pública, Paulo Storani.

Secretaria isolada
Especialista em Segurança Pública, Paulo Storani afirma que a escalada da violência a partir de 2012 mostra claramente que o projeto de pacificação de comunidades por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) perdeu fôlego desde seu lançamento, em 2008.

“Devemos entender que o projeto das UPPs e o conceito de pacificação inicialmente produziu indicadores significativos, com a redução desses índices de criminalidade”, analisa Storani, ressaltando que o projeto foi importante por destacar o foco em planejamento.

“Quando o estado se debruça sobre o problema e estabelece e implanta uma estratégia, consegue resultados. Beltrame e sua equipe conseguiram isso, contudo a segunda fase do projeto, quando estado e município deveriam entrar com ações sociais nas comunidades pacificadas, não ocorreu. A Secretaria de Segurança ficou sozinha e sofreu o desgaste natural pela falta dessas ações sociais”.

marta-rochaDelegada e ex-chefe de Polícia do Estado 

Políticos comentam
Em discurso no plenário da Assembleia Legislativa (Alerj), a deputada Martha Rocha (PDT) defendeu a revisão de projeto de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).

“O projeto das UPPs precisa ser revisto, reeditado e entendido (…) Temos de ter a coragem de que algo está errado nesse projeto”, disse a parlamentar.

O governador licenciado, Luiz Fernando Pezão, disse ainda que, em novembro, quando voltará ao cargo, deverá ter uma conversa com Beltrame.

“Eu não tive a oportunidade de falar com ele. Se eu tiver a oportunidade, vou pedir para ele que fique até o fim do governo. Agora eu também não posso exigir que uma pessoa que está há 10 anos à frente da segurança pública continue. Eu me preocupo muito, porque ele está cansado (…) Ele respeitou muito a minha doença. Ele falou: ‘Pezão, eu vou esperar você voltar para a gente conversar’. E eu volto em novembro”, afirmou Pezão.

andreia-silvaTen. Cel. Andreia Silva comandante do 34º MPM de Magé 

Como ficará a situação da segurança pública do Rio, quem poderá dizer são eles, a cúpula da organização do Estado. Enquanto isso, salve-se que poder!!!! Magé e Guapimirim, cidades sob o comando do 34º BPM, desde antes da chegada da Ten. Cel. Andreia Silva, o efetivo que patrulha à extensa área territorial das duas cidades já estava comprometida. As forças policiais do Estado, fazem o possível para manter a ordem e os índices de criminalidade estáveis, todavia há dificuldades das mais básica para manter os serviços com boa qualidade. Problemas como manutenção dos veículos que voltaram a ser responsabilidade dos corporações, falta de combustível para as viaturas, salários atrasados e baixo efetivo, são alguns dos problemas que envolvem e comprometem a atuação da das polícias e podem se agravar ao longo do processo.

“Nosso compromisso é assegurar e resguardar a ordem. Magé e Guapimirim tem uma tropa dedicada de policias que atuam nas ruas com afinco e determinação, trabalhamos com as ferramentas que nos são disponibilizadas pelo estado, os problemas que atingem a segurança não podem interferir nos resultados de ações contra a criminalidade. Fazemos a nossa parte, estamos nas ruas em atenção ao enfrentamento da criminalidade diuturnamente, com ações e operações diversas. Quanto a crise que se instaurou no Estado, penso que as autoridades responsáveis encontrarão alternativas para sanear as dificuldades.” Afirmou a coronel.

001Antonio Alexandre, Magé Online.com 

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