Madruga foi a primeira autoridade a pedir a manutenção das Forças Armadas no estado depois dos Jogos Olímpicos .
O procurador eleitoral do Rio, Sidney Madruga, está preocupado com a segurança durante as eleições no estado. Faltando pouco mais de um mês para o primeiro turno, Madruga foi a primeira autoridade a pedir a manutenção das Forças Armadas no estado depois dos Jogos Olímpicos — já autorizada pelo Ministério da Defesa. Nesta semana, o procurador tem reunião marcada com as principais autoridades da área de Segurança do estado. Na pauta, medidas para reforçar o efetivo na Zona Oeste e na Baixada — onde 13 aspirantes a cargos políticos foram assassinados. Em entrevista, Madruga descartou a transferência de zonas eleitorais por conta da violência. “É muito humilhante. Vamos trabalhar para que não aconteça”, disse.
O senhor está preocupado com segurança nas eleições?
A Procuradoria Regional Eleitoral foi o primeiro órgão a pedir a permanência das Forças Armadas. Claro que estou preocupado em garantir a segurança dos eleitores e dos candidatos, principalmente depois da série de homicídios na Baixada. Por isso, vamos concentrar o efetivo disponibilizado das Forças Armadas nesses locais.
Como será o trabalho das Forças Armadas nas eleições?
Os militares não estão sendo chamados para fazer o trabalho da PM, não é para fazer o policiamento ostensivo da cidade, ficar na orla. Eles vão ficar no Rio para as eleições. O problema não está na Zona Sul. Eles vão ficar na Zona Oeste e na Baixada, que é onde há riscos relativos ao pleito. Em 2014, o TRE chegou a tirar zonas eleitorais de favelas por causa da violência (um dia depois da decisão, o tribunal voltou atrás e manteve as zonas eleitorais na Vila Aliança, favela da Zona Oeste). Isso é muito humilhante. Vamos trabalhar para que não aconteça.
O que você vai pedir às autoridades da área de segurança na reunião dessa semana?
Não quero mapeamento de comunidades onde há presença do crime organizado. Quero saber como o efetivo vai ser distribuído pela cidade, que ainda vai sediar a Paralimpíada a partir da próxima semana, e se é possível reforçar a segurança nos locais mais críticos.
Na última sexta-feira, o senhor pediu ao MP que investigasse doações de servidores ao candidato
Pedro Paulo (PMDB). Há indícios de crime?
O fato de vários servidores doarem a mesma quantia e pelo menos um deles ser promovido após a doação é suspeito. Com o fim das doações empresariais, já esperávamos que ocorreria um incremento do caixa dois. Mas primeiro é preciso identificar os servidores, ouvi-los e colher documentos comprobatórios dessas doações. Por fim, pode-se pedir até a quebra do sigilo bancário. Se ficar provado que houve oferecimento de vantagem, há crime de lavagem de dinheiro e corrupção.