Maré extraordinariamente baixa permitiu travessia de bicicleta.
A paisagem da Ilha do Japonês um dos cartões-postais de Cabo Frio (RJ) ganhou um caráter inusitado: o nível da água baixou tanto que foi possível atravessar o trecho marítimo de bicicleta, impressionando turistas e moradores.
Maré “seca” chama atenção
Habitualmente acessada por lancha ou em travessias a pé durante maré baixa, a ilha apareceu quase completamente exposta, com o leito arenoso ampliado além do normal. Banhistas aproveitaram o momento para fotografar e atravessar com mais liberdade.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Jailton Nogueira, tranquilizou a população e disse que não há motivo para alarme. De acordo com ele, essas variações no nível marítimo fazem parte de um ciclo natural, influenciado por fatores como posicionamento da Lua e ventos, e não representam ameaça ao ecossistema marinho local.
Segundo o secretário, na semana em questão a maré alta chegou a cerca de 1,3 m, enquanto a maré baixa ficou em torno de apenas 0,1 m — um contraste intenso que contribuiu para o fenômeno visível.
Ele também destacou que a Ilha do Japonês atua como elemento natural de deposição de areia pela ação dos ventos (“erosão eólica”), o que ajuda a regular os sedimentos da região.
Reações entre visitantes e moradores
Quem passava pela orla ficou surpreso com a mudança no cenário. “Parecia que o mar recuou muito mais do que o normal”, chegou a relatar uma testemunha em vídeos que circulam nas redes sociais.
Apesar da beleza inusitada do momento, alguns turistas demonstraram preocupação sobre efeitos a longo prazo, questionando se a “seca marítima” seria um indicativo de algo mais grave. Especialistas ouvidos por veículos locais repetem, porém, que fenômenos assim já ocorrem periodicamente sem causar danos estruturais.
Contexto ambiental e alertas
— Tais variações extremas no nível do mar são mais comuns durante condições de maré de sizígia (quando Sol e Lua se alinham), ventos consistentes e baixa pressão atmosférica, confluindo para níveis atípicos.
— Apesar da dramaticidade visual, ainda não há indícios de que a fauna local (peixes, corais, crustáceos) tenha sido afetada seriamente.
— Autoridades recomendam que visitantes respeitem as áreas inundadas e evitem circulação por trechos sensíveis, principalmente em períodos de “seca extrema”.
O que esperar daqui para frente
Embora o fenômeno em si não alerte para riscos ambientais graves, ele serve como lembrete da dinâmica complexa dos ecossistemas costeiros e da vulnerabilidade de áreas litorâneas diante de variações naturais e humanas. Para os turistas, torna-se um espetáculo momentâneo; para gestores ambientais, um convite à atenção constante.