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Denúncias sobre decomposição e falta de notificação levam à abertura de inquérito no Rio.
Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou quatro corpos mumificados no necrotério do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, Zona Norte da cidade.
Segundo as primeiras informações da corporação, os cadáveres estavam em avançado estado de mumificação um indício de que permaneceram sem a devida remoção ou verificação por tempo prolongado.
Autoridades relatam que dez denúncias haviam sido registradas nos últimos meses a respeito de corpos entregues ao Instituto Médico Legal (IML) já em estado grave de decomposição, sem que fossem notificadas à polícia como exige o protocolo legal.
Contexto e repercussão
A descoberta logo gerou reação de autoridades municipais e da população. A omissão administrativa e possível negligência no manejo de cadáveres suscitam hipóteses de falhas institucionais, que podem variar de abandono a conivência.
Pela legislação brasileira, toda morte cujas circunstâncias não sejam claras ou que envolva crime deve ser registrada, investigada e inspecionada. O não cumprimento dessa norma configura grave violação dos direitos das pessoas inclusive dos falecidos e pode esconder práticas ilícitas.
Procedimentos em curso
A Polícia Civil informou que abrirá um inquérito para apurar:
quem eram os mortos (identificação e origem)
por que foram deixados em estado de mumificação no necrotério
se houve omissão, conivência ou prática criminosa por parte de funcionários
quais institutos hospitalares ou funerários estiveram envolvidos
O hospital e o município também podem responder por responsabilidade civil e penal, se for comprovado que falhas no serviço público agressão deveres legais sobre cadáveres.
Enquanto isso, equipes do IML (Instituto Médico Legal) e peritos criminais atuarão no local para examinar os corpos, coletar vestígios e integrar as provas ao inquérito policial.
Renovação de preocupação
Casos como esse reforçam a necessidade de controle rígido nos serviços de necrotério, cumprimento de protocolos e fiscalização constante por órgãos de controle (Ministério Público, Tribunal de Contas e ouvidorias). A sociedade exige transparência e resposta efetiva para que nada pareça acobertado sob o silêncio institucional.
