Facção criminosa controla ao menos 40 fundos de investimentos.
Uma megaoperação foi realizada nesta quinta-feira (28) para desarticular um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis, comandado por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo a investigação, o grupo criminoso deixou de pagar mais de R$ 7,6 bilhões em impostos, e foram identificadas irregularidades em várias etapas da produção e distribuição de combustíveis no país.
O PCC usou mais de mil postos de combustíveis para movimentar R$ 52 bilhões de 2020 a 2024, informou a Receita Federal. A facção criminosa se valia de fintechs, que operavam como bancos, e de pelo menos 40 fundos de investimentos para ocultar patrimônio.
A Operação Carbono Oculto foi deflagrada pela Polícia Federal e outros órgãos. Além dos postos, estão na mira várias empresas envolvidas na cadeia de importação, produção e distribuição. Ao todo, 42 alvos estão localizados em cinco endereços na Avenida Faria Lima, em São Paulo, maior centro financeiro do país. Seis pessoas foram presas até o momento. São eles: João Chaves Melchior, ex-policial civil; Ítalo Belon Neto, empresário do setor de combustíveis envolvido com sonegação de impostos desde 2001; Rafael Bronzatti Belon, dono da empresa de serviços financeiros Tycoon Technology e do banco digital Zeit Bank; Gerson Lemes; Thiago Augusto de Carvalho Ramos, empresário do setor de combustíveis de Curitiba; e Rafael Renard Gineste, sócio-administrador na F2 Holding Investimentos, também no Paraná. Ao todo, 14 mandados de prisão foram decretados.
Segundo a PF, alguns alvos deixaram seus endereços antes da chegada dos agentes, levando a suspeita de vazamento de informações. Operação cumpre mandados de busca e apreensão contra cerca de 350 alvos, em oito estados. São eles: São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Mais de R$ 1 bilhão em bens foram bloqueados. O valor deve ser usado para a garantia de crédito tributário, informou a Receita.