CRÔNICA DE UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA- RODOVIA BR-493 (MAGÉ – MANILHA) ACUMULA MORTES E RECLAMAÇÕES

Magé lidera tragédias na perigosa BR-493.

(Foto divulgação – Redes Sociais)

A rodovia federal BR-493, trecho compreendido no Arco Metropolitano e sob concessão da EcoRioMinas, volta a ser foco de mobilização diante do impressionante aumento no número de mortes por acidentes. Moradores e usuários da via reivindicam atuação imediata das autoridades — especialmente da ANTT e DNIT — denunciando abandono, falhas na fiscalização e riscos reais à população.

Estatísticas em alta e alerta geral

Embora ainda não tenhamos (Redetv+), acesso a dados específicos das mortes na BR-493, os indicadores gerais de acidentes em rodovias federais dão o tom da crise. Segundo a PRF, entre 2023 e 2024, os acidentes nas rodovias federais cresceram 7,8% (de 67.766 para 73.114), e o número de mortes saltou 9,3% (de 5.627 para 6.153). Esse cenário nacional divulgados pelo Jornal Estado de Minas, reflete a realidade local vivida por motoristas que circulam diariamente pela Magé-Manilha. 

(Foto divulgação – Redes Sociais)

Deficiências estruturais persistentes

Apesar das promessas da EcoRioMinas — incluindo pavimentação, revitalização da sinalização e implantação da duplicação até 2026 — as condições continuam precárias. Entre 2022 e 2024, apenas 6 km dos trechos foram concluídos inicialmente; a duplicação completa está prevista somente para 2026.

Enquanto isso, as obras em andamento nos quilômetros 5, 6 e 7, com desvios e tráfego em pista simples até julho de 2025, têm causado transtornos e aumentado o risco de acidentes nos pontos de desvio. A sinalização deficiente e condições temporárias inseguras agravam a situação, como também evidenciado no cronograma de manutenção: fresagem, recomposição e interdições frequentes — mesmo assim sem impacto aparente na segurança.

(Foto divulgação – Redes Sociais)

Magé concentra mortes e revolta popular

Moradores e entorno da cidade de Magé, um dos pontos mais críticos, relatam que os índices de fatalidades no trecho são desproporcionalmente altos. A precariedade aliada à lentidão das obras de duplicação acirra o sentimento de negligência. Aos poucos, tragédias geram mobilização: “A duplicação vai trazer segurança? Já está tarde demais…”, lamenta um usuário da via. Morador de Magé, Marcelo Ibrahim, usou as redes sociais de para denunciar e lamentar os constantes casos de vítimas de morte na cidade de Magé, uma constante de longos apelos reverberado por outros moradores.

A situação é agravada pela ausência de fiscalização eficaz. A responsabilidade da ANTT, enquanto órgão fiscalizador do contrato de concessão, é amplamente questionada por sua omissão no acompanhamento das obras e na garantia da segurança dos usuários.

A BR-493 (Magé–Manilha) tem se transformado em um corredor de risco. Enquanto as promessas de duplicação e modernização se arrastam até 2026, vidas continuam sendo ceifadas. As mortes, frutos de desvios mal sinalizados, obras inacabadas e fiscalização sufocada, expõem um sistema que prioriza prazo sobre a segurança humana. Magé, cidade símbolo desse descompasso, exige intervenção urgente — antes que a estrada seja palco de ainda mais tragédias evitáveis.

 

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