A doença, muito conhecida no Brasil, tem se alastrado pela China enquanto o gigante asiático lida com fortes chuvas.
Um surto de vírus chikungunya na China está preocupando as autoridades, que agora adotam medidas preventivas, como multas para quem não eliminar água parada, enquanto o país enfrenta fortes chuvas e alagamentos. Até esta quarta-feira (6), mais de 7 mil casos da doença haviam sido registrados na província de Guangdong.
Nesta terça-feira (5), uma chuva recorde atingiu em Hong Kong, interrompendo o funcionamento de hospitais e fechando escolas e tribunais em todo o centro financeiro asiático.
A chikungunya é transmitida por mosquitos e causa sintomas semelhantes aos da dengue, com febre e dores nas articulações. Crianças, idosos e pessoas com doenças pré-existentes estão entre os mais vulneráveis à doença.
O médico e colunista da CBN Luis Fernando Correia explica que os chineses estabeleceram medidas muito semelhantes àquelas tomadas durante a pandemia da Covid-19.
“Na cidade de Foshan, que foi a cidade mais atingida nessa província de Guangdong, os pacientes com diagnóstico devem ficar no hospital. As camas são protegidas com mosquiteiros, essa é a grande diferença, e eles só podem receber alta depois que testar negativo ou no final de uma semana.”
Além da cidade de Foshan, pelo menos outras 12 cidades na província de Guangdong, que fica no sul da China, relataram infecções. Quase 3 mil casos foram registrados só na última semana. Na segunda-feira, Hong Kong relatou o primeiro caso: um menino de 12 anos que desenvolveu quadro clássico, com febre, erupção cutânea e dor nas articulações.
O transmissor é o mesmo do Brasil: o mosquito Aedes aegypti. Mas ele não está sozinho, já que além do Aedes, também circula na China o vetor Albopictus, chamado mosquito-tigre.
O médico explica que a doença não era comum na China, “daí o espanto do mundo inteiro”.
“Mas é aquela coisa, a gente sabe que, conforme o aquecimento global, o aumento das temperaturas em áreas que antes não eram tão quentes, você aumenta a chance do mosquito se reproduzir, e é o que a gente está vendo. A gente tem visto chikungunya agora na China, como a gente já viu dengue em Paris… Ou seja, o mundo está aquecido, está mais quente, então vai ter mais mosquito, não tem muito jeito.”
Mais de 110 países, segundo a OMS, tem casos relatados do chikungunya.