Iniciativa estratégica reúne países como Índia, Itália e Japão e deve ser endossada por líderes mundiais na COP30, em Belém.
O governo brasileiro lançou, em Brasília, durante o segundo e último dia da Pré-COP, a iniciativa internacional “Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis”, também chamada “Belém 4x”. O projeto tem como meta quadruplicar a produção e o uso de combustíveis sustentáveis até 2035, colocando o Brasil na liderança das negociações globais da transição energética.
A proposta está sendo construída em parceria com Índia, Itália, Japão e outros países, e deverá ser divulgada oficialmente nos próximos dias, segundo informou o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). A ideia é que o documento seja endossado por chefes de Estado e de governo durante a Cúpula do Clima, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de novembro em Belém, como etapa preparatória para a COP30, que começará três dias depois.
Transformação energética com foco no desenvolvimento sustentável
O Belém 4x busca fortalecer a cooperação internacional para a produção de biocombustíveis avançados e hidrogênio verde, além de incentivar inovações industriais e investimentos em economia limpa. O plano também prevê redução de emissões no setor de transportes, considerado um dos maiores responsáveis pelo aquecimento global.
De acordo com diplomatas envolvidos na negociação, a iniciativa não é apenas ambiental, mas também estratégica para o desenvolvimento econômico, especialmente de países emergentes com potencial de produção renovável caso do Brasil, que já se destaca mundialmente com o etanol, o biodiesel, o biogás e projetos de aviação sustentável (SAF).
Rumo à COP30
A criação do Compromisso de Belém reforça o protagonismo brasileiro no debate climático às vésperas da COP30, que colocará a Amazônia no centro das discussões sobre clima, energia e justiça ambiental.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou que o Belém 4x “é um chamado para uma transição energética justa, sustentável e inclusiva”. Já o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o Brasil tem “condições únicas para liderar a diplomacia da energia limpa”.