GRAVE DENÚNCIA: TOLUENO VENENO DERRAMADO NA BAÍA DA GUANABARA

Pescadores denunciam a presença do produto tóxico derivado do petróleo.

Convivendo há décadas com constantes derrames de substâncias tóxicas no interior da Baía da Guanabara por vazamentos e descartes realizados pela Petrobras, os pescadores artesanais que sobrevivem da pesca no interior daquele ecossistema, estão sendo novamente assombrados por mais um episódio de contaminação, agora por tolueno, que é a matéria-prima a partir da qual se obtêm derivados do benzeno, como caprolactama, sacarina, medicamentos, corantes, perfumes, TNT e detergentes.

 O benzeno, que é precursor do tolueno, é extremamente tóxico e um derivado do petróleo. A ingestão do tolueno é um maior agravante e pode causar danos aos rins e ao fígado, levando a casos de câncer.

O ecossistema fica completamente comprometido, assim como a vida aquática. Os riscos são os piores e maiores possíveis a depender da concentração. Níveis elevados podem causar perda de concentração, cansaço, perda de apetite e alterações na visão, audição e olfato, sintomas que desaparecem, cessada a exposição. Todavia o tolueno pode, em casos de exposição mais grave, causar total perda de olfato, da audição, convulsões, sufocamento e parada cardiorrespiratória.

A situação que neste momento preocupa os pescadores da Baía da Guanabara é, na prática, uma espécie continuação de episódio ocorrido no início de abril que forçou a suspensão da captação de água no Sistema Imunana-Laranjal, responsável pelo abastecimento de várias cidades da região metropolitana do Rio de Janeiro, e que está localizado em um trecho do Rio Guapiaçu, em Guapimirim, na Baixada Fluminense.

Barreiras físicas instaladas para deter fluxo de tolueno para o interior de rios da Baía da Guanabara

Ahomar em Ação (Associação Homens e Mulheres do Mar da Baía de Guanabara)

A situação de forte preocupação em torno deste episódio do ‘Desastre silencioso’, continua envolvendo o derramamento de tolueno motivando iniciativa de lideranças de pescadores sob liderança da Rede Ahomar com a direção do IBAMA no Rio de Janeiro no dia 24. Lideranças declaram que uma reunião entre órgãos responsáveis e autoridades, não chegou a resultados conclusivos, especialmente porque o licenciamento dos dutos de onde teriam vazado o tolueno é de responsabilidade do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), configurando uma verdadeira dança das cadeiras.

Dificuldades de acesso aos dados em posse do INEA,  as lideranças dos pescadores reclamam que se estabeleceu uma cortina de silêncio sobre o nível de contaminação que efetivamente ocorreu nos rios alcançados pelo derrame de tolueno. A questão para os pescadores é que, apesar do tolueno não ser biocumulável, os seus efeitos biológicos no homem e em animais se manifestam principalmente no sistema nervoso central,  tendo como efeitos colaterais, mesmo em doses baixas, a ocorrência de casos de náusea, tontura, desorientação e queda da imunidade. O problema é que em casos de exposição a concentrações extremas, pode haver, inclusive, a morte do organismo afetado. 

Uma coleta realizada em 20 de abril, sobre a qual os pescadores têm dúvidas sobre a validade científica, aponta que efetivamente há ainda a presença de tolueno nas amostras coletadas, ainda que a maioria esteja supostamente em níveis abaixo dos limites estabelecidos  pela Resolução CONAMA 357/2005.

Neste momento  há uma forte mobilização entre os pescadores para obter a devida transparência sobre o que de fato está ocorrendo nos rios que estariam sendo afetados pelo episódio continuado de contaminação de tolueno.  Um dos temores é que as atividades de pesca sejam prejudicadas por um período de tempo que comprometa a geração de renda e a obtenção de alimentos para centenas de famílias de pescadores.

 A situação que hora está ocorrendo em Guapimirim é fortemente preocupante, na medida em que que a retomada da coleta de água para abastecimento do Sistema Laranjal pode não ter sido acompanhado pelo devido  monitoramento, coloca em risco a saúde da população. 

Livre de Riscos

Vale ressaltar que abastecimento de água em Guapimirim, é operado pela Empresa Fonte da Serra, que capta água do rio soberbo e a transporta por gravidade até sua unidade de tratamento onde é filtrada e clorada com hipoclorito de sódio, portanto sem risco para população. 

 

Além disso, verifique

GUAPIMIRIM PODE DAR PASSO DECISIVO RUMO AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COM NOVO PROJETO DE LEI

Vereador Horácio Fiuza propõe medidas alinhadas à Agenda 2030, com foco em economia circular, energias …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *