ONDAS ATINGEM DEZ METROS EM ITACOATIARA EM NITERÓI

Alegria de surfistas, Daniel Rodrigues penou para vencer remando onda gigante.

Itacoatiara, praia da Região Oceânica de Niterói, é procurada por surfistas que treinam para enfrentar as famosas ondas gigantes de Nazaré, em Portugal. Mesmo assim, depois de entrar no mar, na manhã de anteontem, o surfista Daniel Rodrigues se impressionou: a primeira ressaca do ano chegou em grande (muito grande) estilo e o obrigou a “escalar” o “paredão” de quase dez metros de água que se ergueu diante dele.

Tem que remar forte e torcer para conseguir passar, porque é muito arriscado. Medo com certeza a gente sente, tem que ter um controle emocional grande, senão paralisa contou.

A cena, fotografada por outro surfista, caiu nas redes sociais.

Foi uma foto histórica pela dimensão da onda. O estilo é do Havaí, não parecia ser no Brasil. As pessoas não imaginam uma onda desse tamanho no país, principalmente em Itacoatiara disse Aporé de Paula, de 38 anos, o autor da imagem.

O tamanho da onda, estimado entre oito e dez metros (ou três andares de um prédio), foi calculado levando-se em conta a altura de Daniel (1,73m), além da distância entre a crista e a base. Por não ter descido surfando, ele não conquistou um recorde na orla niteroiense.


No ano passado a maior onda foi surfada pelo Gabriel Sampaio, na Laje do Shock, com sete, oito metros de altura. Em 2021, a vez foi do Pedro Calado, na casa dos seis, sete metros  conta Alexey Wanick, presidente da Associação de Ondas Grandes e Tow-In de Niterói.

Mesmo sem bater o recorde de onda surfada, ele tem o mérito. Atravessou uma das maiores ondas dos últimos tempos em Itacoatiara reconhece Alexey.


Esse foi o primeiro grande swell (ondulação causada por tempestades no oceano) da temporada, que vai até setembro. Ontem, a Marinha emitiu um aviso de ressaca para o Rio que vai das 21h de amanhã até as 9h de segunda.

No outono e no inverno, a passagem de centros de baixa pressão, conhecidos como ciclones extratropicais, traz frentes frias que promovem agitações no oceano, causando a formação das ondas grandes.

São ondas de tempestade, que chamamos popularmente de ressacas. Elas atacam frontalmente o litoral do Rio. Quando chegam até a costa, podem sofrer interferências com o fundo do mar ou regiões com montanhas e dobrar de tamanho, ganhando mais esbelteza e proporcionando imagens como essa explica o geógrafo marinho da Universidade Federal Fluminense (UFF), Eduardo Bulhões.

Dudu Pedra, de 42 anos, big rider (surfista de ondas grandes) da região, pratica o esporte desde os 10 anos:

Surfei nesse swell uma onda de aproximadamente cinco metros. Se impressiona pela foto, imagina para quem está lá. Eu fico com medo de dar algo errado, mas controlo. A recompensa de dar certo e pegar o tubo é sem igual afirma.

 

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